Sala de Cultura Leila Diniz (IOERJ)



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Foto divulgação: Sala de Cultura Leila Diniz espaço cultural da (IOERJ) em Niterói.

A Sala de Cultura Leila Diniz é um espaço cultural da cidade de Niterói, criado para apoiar e incentivar a produção de cultura para o público niteroiense e do estado do Rio de Janeiro. Inaugurado em 1º de julho de 2011, o espaço cultural da Nova Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro (IOERJ), surgiu para oferecer atrações culturais, como artes plásticas, teatro lúdico, música e literatura, à população fluminense e da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Além disso, tem como objetivo promover artistas a custo zero, apoiando e incentivando a produção cultural e artística.
Além das exposições de artes plásticas, que ficam abertas diariamente para deleite do público, a Sala de Cultura Leila Diniz também possui atrações permanentes, como o Giro Cultural, que acontece no segundo sábado do mês, com a apresentação de uma peça teatral infantil, e a série “Concertos na Imprensa“, em parceria com o Programa Aprendiz, que apresenta um repertório musical variado toda última quarta-feira do mês.
O  espaço é moderno e prazeroso, onde além de apreciar as diversas formas de arte em exposições, pode-se desfrutar da beleza dos jardins inspirados no genial paisagista Roberto Burle Marx, a entrada é franca no espaço cultural e jardim, e também nos eventos que acontecem durante todo o mês na programação da Sala de Cultura Leila Diniz.
Fonte: Imprensa Oficial Estado do RJ (IOERJ)

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  • Leila Roque Diniz –(Niterói, 25 de março de 1945 – Nova Delhi Índia,14 de junho de 1972).

Leila Diniz

“Brigam Espanha e Holanda pelos direitos do Mar.

“Brigam Espanha e Holanda pelos direitos do Mar;

As Barcas, as Gaivotas, que nele sabem voar;

O Mar é das Gaivotas, e de quem sabe navegar;”

“Brigam Espanha e Holanda pelos direitos do Mar;

Brigam Espanha e Holanda porque não sabem que o Mar;

É de quem o sabe Amar.”,

Leila Diniz (1945/1972)

  • Leila Diniz – Brigam Espanha e Holanda pelos direitos do mar- Clique aqui

No dia 25 de março de 1945, em Niterói, nascia Leila Diniz, que veio a se tornar uma das mulheres mais importantes da sua época. A atriz quebrou tabus, servindo de inspiração para o momento em que as mulheres batalhavam pelos seus direitos sociais, espaço na sociedade e, principalmente, no mercado de trabalho. Leila Diniz será sempre símbolo de alegria, simpatia e ousadia, por inovar através de idéias e atitudes à frente do seu tempo. A Sala de Cultura Leila Diniz recebeu este nome como forma de homenagem a esta grande mulher.

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No dia 26 de junho de 1968, acontece a Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro. Na foto, as atrizes Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Bengeli marcham durante o protesto.

Nas décadas de 1960 e 1970, Leila se tornou à porta-voz da liberação feminina no país. Desafiou a moral brasileira dos anos 60, e se tornou símbolo da “nova mulher” em uma referência nas mudanças da sociedade nos anos 70. Em entrevista célebre ao jornal “O Pasquim“, publicada na edição de 15 de novembro de 1969, a atriz escancarou suas posições sobre amor e sexo, escandalizando a sociedade. A atriz niteroiense foi perseguida politicamente,  e contra a ditadura e a censura política, marcou presença em diversos protestos como “A Marcha dos Cem Mil” que reuniu diversos artistas de diversas áreas para lutar contra a censura imposta pelo governo militar da ditadura de 1964.

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A atriz fluminense foi a primeira brasileira a exibir, nas areias de Ipanema, uma barriga em adiantada gravidez, usando um biquíni de reduzido tamanho. Isso era algo inédito numa época em que as grávidas, quando iam à praia, usavam uma “cortininha” sobre a barriga.

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  • Leila Diniz e Paulo José em “Todas as Mulheres do Mundo”
    Direção: Domingos Oliveira

Maria AliceLeila Diniz

“Se fosse meu, o segredo do seu corpo, eu gritaria para todo mundo…
E teus cabelos agrestes, sobre os quais faz noite escura…
Tua boca, que é um poço com um berço no fundo onde nasci…
E teus dedos longos como gritos…
Teu corpo, para compreendê-lo Maria Alice, é preciso muita convivência…
Teu sexo, um rio, onde navega o meu barco ao vento de sete paixões…
Longo caminho, poucos viajantes o percorreram impunemente…
E tua alma, tua alma é teu corpo Maria Alice…”

  • Trecho do filme “Todas as Mulheres do Mundo” de Domingos Oliveira: clique aqui
  • O filme “Todas as Mulheres do Mundo”, de Domingos Oliveira, recebeu o prémio “Prémio INC  (Instituto Nacional de Cinema), em  1967, em Brasília. A festa aconteceu no Rio de Janeiro, em Petrópolis – Hotel Quitandinha. Os prémios foram entregues nas categorias: Melhor roteiro para Domingos de Oliveira; melhor ator para Paulo José; melhor atriz para Leila Diniz e melhor montagem para Raimundo Higino e João Ramiro Mello. E foi a partir desta premiação que o mito do cinema nacional Leila Diniz foi consagrada na mídia nacional.

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Leila Diniz concedeu uma entrevista ao “O PASQUIM”, jornal carioca que mais vendeu na edição nº 22  com a entrevista da atriz de cinema e telenovela em 1969. Os asteriscos são os palavrões que Leila Diniz falava na entrevista para os jornalistas de O PASQUIM.

Corajosa, a atriz Leila Diniz polemizou o Brasil em 1969, em entrevista concedida ao jornal semanal carioca O PASQUIM. Bem à vontade, a atriz falou muitos palavrões, e relatou abertamente sobre sua vida pessoal e íntima. E logo após a sua exposição na entrevista de “O PASQUIM”, a ditadura militar instaurou a censura prévia à imprensa, que ficou conhecida como Decreto Leila Diniz, decreto n.º 1.077.  Nele, foi posto que a atriz assinasse o documento para não ser presa, e que não poderia mais conceder entrevistas publicamente com  palavrões e sugestões imorais aos padrões conservadores das famílias brasileiras. Segue alguns trechos da entrevista de 15 de novembro de 1969, do mito Leila Diniz ao jornal semanal  “O PASQUIM”.

  • Tarso: Você admite censura a uma obra de arte?

Leila: Pô, Tarso: de jeito nenhum. Foi o que perguntei aos censores: que tipo de preparo tem uma pessoa que vai julgar e censurar uma obra de arte. Eu não teria coragem de ser censor. Se eu fosse julgar uma obra de arte, eu teria de ser uma pessoa inteligentérrima, cultérrima, muito humana e muito por dentro das coisas. censura é ridículo, não tem sentido nenhum. Do jeito que é feita, inclusive não tem nenhuma noção de justiça, cultura, nem nada. Foi julgada e censurada uma peça de Sófocles, lá no Teatro do Rio, não foi? É um absurdo. Procuraram Sófocles. Aí é fogo. Acaba com qualquer papo.

  • Sérgio. Na sua novela, a personagem foge com Zózimo Bobul. Na Europa, isso é moda há muito tempo. Eu pergunto. Há alguma diferença sexual do negro pro branco?

Leila: Eu só tive um homem negro. Eu não vou comparar meus homens porque é sacanagem. Dizem que os negros têm mais potencialidade e etc. Eu acho que é a a mesma coisa. Depende do cara. Nesse negócio não tem nada a ver. Tem uns que são bons de cama, chega lá e não combina. Esse negócio depende muito. o negócio é aquela ligação, está na pele.

  • Tarso. O INC (Instituto Nacional do Cinema) é dirigido pelo Harry Stone. Só beneficia o cinema estrangeiro.

Leila: A gente está lutando por essa lei para aumentar as semanas de filme nacional e os caras (*) e anda, nem querem saber. Só isso já da pra eu saber que os caras estão interessados em que nosso cinema se desenvolva. Eles só estão a fim de que sejam vendidos, vistos e gostados os filmes estrangeiros. Logo eles são uns filhos da (*).

  • Sérgio: E o que você acha dos críticos de cinema? O INC é dirigido por críticos: Moniz Vianna, Salvyano, etc.

Leila: Eu não leio críticas. Eles vão ficar putos comigo, mas não leio. Eu quase não leio jornal. Leio O PASQUIM.

  • Jaguar: Um aviso aos navegantes: quem escolhe é você, não é?

Leila: Sei lá. Acho que agente escolhe. Acho que sou eu que (*), sim. Acho que sou um ponto fixo dentro de mim e um círculo ao redor. Esse ponto fixo é muito sério e as pessoas não manjam muito. Tem um negócio dentro de mim que é muito importante: minha força, a minha verdade, a minha autopreservação.

  • Paulo Garcez: Qual foi o homem que já atingiu esse ponto fixo?

Leila: Muitos. Felizmente, eu já amei muitos e espero amar mais ainda.

  • Sérgio: Uma pergunta meio piegas: Você foi professorinha e…

Leila: Professorinha uma (*). Fui professora.

  • Jaguar: Você acredita em amor, que um homem e uma mulher devem se amar pra ir pra cama, esse papo?

Leila: Não. Inclusive, isso é um problema pra mim.

  • Jaguar: Mas você já sentiu amor por um homem, pelo Domingos, ao menos.

Leila: Não só pelo Domingos. O Domingos é o único conhecido e publicável. E eu espero amar ainda muitos homens na minha vida. Vou amar sempre.

  • Jaguar: Mas amar e ir pra cama não é a mesma coisa.

Leila: Não. Eu acho bacana ir pra cama. Eu gosto muito, desde que dê aquela coisa de olho e pele, que eu já falei. Agora, sobre o amor, eu não acredito nesse amor possessivo, acho chato. Você pode amar muito uma pessoa e ir para cama com outra. Isso já aconteceu comigo.

“Versátil é a minha XOXOTÁ”

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A ativista cultural e porta-voz das mulheres, Leila Diniz,  aos 27 anos, no auge da fama,  morreu quando voltava de uma viagem à Austrália em que foi homenageada como melhor atriz. Ela morreu num acidente aéreo, no voo JAL471, da Japan Airlines, no dia 14 de junho de 1972, em Nova Dhéli, na Índia. A niteroiense fez 14 filmes, 12 telenovelas e várias peças teatrais. Foi casada duas vezes: a primeira vez com Domingos Oliveira, e a segunda com o cineasta moçambicano Ruy Guerra. E neste último relacionamento, teve uma filha, que deixou com o cineasta ao ir para a Austrália. A menina se chama Janaína Diniz Guerra.

  • Assista a entrevista de “O Pasquim” por Janaína Diniz Guerra pelo Canal Brasil: Clique aqui
  • “Sem discurso nem requerimento, Leila Diniz soltou as mulheres de vinte anos presas ao tronco de uma especial escravidão.” diz Carlos Drummond de Andrade.

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Assista o Filme “Leila Diniz” do Diretor Luiz Carlos Lacerda, e com atores: Marieta Severo; Paulo Cézar grande; Diogo Villela; Louise Cardoso; Antônio Fagundes. entre outros. Clique aqui

  • Saiba mais sobre Leila Diniz, clique nos ícones abaixo.

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